segunda-feira, 18 de maio de 2009

Chromium (ou Google Chrome Alpha, como preferir) para Mac OS X: primeiras impressões


Chromium

Desde que recebi a notícia da versão oficial do Chromium para Mac OS X estar mais próxima do que pode se tornar o Google Chrome final (pelo menos em relação aos primeirosbuilds), venho testando-a por aqui em conjunto com outros dois navegadores que também estão previstos para aparecer no mercado a partir do segundo trimestre (Firefox 3.5 e Safari 4). Apesar de o browser do Google estar na lanterna em relação ao seu estágio de desenvolvimento, ele me passou algumas impressões bastante positivas, e é sobre elas que falarei neste artigo.

Você pode entrar nos repositórios do Google agora e fazer o download da última versão do Chromium, que está sendo atualizada todos os dias. A versão pública ainda é 32 bits, assim não há como saber se o Chrome final já será compatível com o Mac OS X 10.6 Snow Leopard — que está a algumas semanas de ser lançado — e se será lançado antes ou depois dele. Além disso, este é o primeiro navegador de internet para Mac não-universal, o que significa que você não poderá testa-lo em um Mac PowerPC (pelo menos por enquanto), sem falar que não fiquei sabendo de pessoas que o testaram com sucesso no Mac OS X 10.4 Tiger.

MM no Chromium

Aqui no Leopard, o visual dele herdou várias coisas da versão para Windows, mas a interface em tons de cinza dá sinais de que foi melhor trabalhada em detalhes do que no sistema da Microsoft. A tipografia mais suave, típica do Mac OS X, é algo proporcionado para todos os aplicativos, mas é integrada ao WebKit por meio do framework Quartz, responsável pela renderização gráfica em 2D e também presente no Safari para Windows. Não sei por que o Google não deu esse estilo de fontes de texto às primeiras versões do Chrome, já que seria um diferencial e tanto no mundo dos PCs alcançado somente pelo navegador da Apple.

Textos renderizados no Chromium

Ao iniciar, ele abre a tela inicial padrão, mas que obviamente pode ser personalizada nas preferências para ser qualquer uma de sua escolha. Inclusive ela já consegue “aprender” suas tendências de navegação como no Windows, ou seja, conforme você vai navegando, os sites mais populares visitados por você são listados nessa página especial e você também pode ir até eles digitando poucos caracteres na barra de endereços — que também serve para fazer buscas, mas por enquanto funciona apenas com o próprio Google. Note na screenshot abaixo que na lateral esquerda ele conta com um recurso que automaticamente recupera as abas de última sessão para você — mas ele não faz isso automaticamente ao ser executado, como o Firefox.

Chromium

Navegando por algumas páginas, é fácil perceber como o Chromium ainda está primitivo. Muito conteúdo em Adobe Flash não é exibido, já que ele não é compatível com o plugin no Mac OS X. Algumas páginas também perdem um pouco da sua fidelidade, com sérios erros no seu layout. Mas, no geral, a sua eficiência para carregar sites é tão grande tanto quanto o recém-lançado Safari 4, mas bem mais veloz do que o Firefox 3.5 em seu último beta. Quanto ao desempenho em JavaScript, o usuário sentirá a mesma coisa, mas testes realizados pelo editor Stephen Shankland da CNET mostram uma leve vantagem do Chromium sobre o Safari 4, mas que não supera o o último nightly build do WebKit. Os gráficos a seguir, produzidos por ele, servem para reproduzir o cenário comparativo do navegador do Google com os produtos mais estáveis da Apple e da Mozilla, ainda em estágio beta:

SunSpider 0.9 nos browserds para MacV8 nos browsers para Mac

É bom deixar claro que a performance final de qualquer navegador diminui um pouco conforme ele adquire estabilidade, algo que aconteceu com o WebKit no Safari 4, com o Gecko no Firefox e não será diferente no Chrome. Além disso, ela também diminui conforme o browser ganha compatibilidade com os padrões web existentes. Os Chrome Experiments do próprio Google são um exemplo claro de como o motor V8 implantado no Chromium para Mac ainda está incompatível com muita coisa. Além disso, sites como Gmail e WordPress fizeram o navegador travar em meus testes, e o Acid3 ainda não é completado com sucesso:

Acid 3 no Chromium

Apesar de a eficiência de um navegador na web ser indispensável, o seu desempenho em termos computacionais também é importante. O Chromium para Mac, assim como no Windows, separa cada aba ou janela simples em um processo diferente no sistema operacional. Isso é importante para não fazer com que o usuário perca seu trabalho em todas as páginas, mas aumenta um pouco o consumo geral de CPU e memória. Cada processo no Chrome consume em média 30MB de memória física — que pode ser maior ou menor que isso em uso normal, dependendo dos elementos em cada página. Mas o total de memória virtual de cada uma delas chega fácil a 1GB, mesmo quando não há absolutamente nada aberto. Ainda que isso não comprometa o desempenho geral das suas tarefas no browser, é bem maior que o ocupado pelo Safari ou pelo Firefox.

Aliás, esse gerenciamento de processos ainda não funciona bem:

Tarefas do Chrome

Se qualquer aba que eu estivesse fosse encerrada inesperadamente, travaria o navegador inteiro. Com os processos abertos separadamente sem controle do aplicativo, ele fica bastante instável com múltiplas páginas abertas. Obviamente, isso ainda será solucionado para o lançamento final, mas um teste rápido que fiz aqui com cinco sites que navego diariamente fez o Chromium consumir 457MB de memória, contra 212MB do Safari. Múltiplos processos nem sempre serão sinonimo de maior eficiência.

No fim das contas, o trabalho do Google evoluiu de forma significativa após todos os meses de trabalho que se passaram, mas o Chromium ainda está longe de virar Google Chrome para usuários finais. Muitas coisas previstas para lançamento na versão 2 do navegador ainda não estão presentes, como o suporte a extensões, scripts à la GreaseMonkey, HTML 5 e aprimoramentos para o Gears. O pessoal em Mountain View ainda terá de trabalhar bastante, mas este build já passa uma imagem positiva do futuro navegador, que tem potencial para competir com Safari e Firefox.

Fonte: Link

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